terça-feira, 25 de outubro de 2011

Situações "armadilha", desafios e percepções

Aposto que deve ter gente se perguntando se eu enlouqueci ou se estou tentando me sabotar com as trufas. Não e não. É uma questão de tradição. Eu sempre faço isso quando tenho oportunidade: presentear os outros no dia do meu aniversário. E, geralmente, faço isso adoçando o dia daqueles que estão ao meu redor. É uma forma de agradecimento. Nos anos anteriores, não tive oportunidade. Nesse ano, foi diferente: eu tive a oportunidade, mas foi prematuro com apenas dois meses de casa. A intenção foi boa. O timing, ruim. Me faço entender? Espero que sim. :)

Esse tipo de situação, que pode ser considerada "armadilha" ou "sabotagem" é, na verdade, muito mais comum do que a gente pensa. E temos que lidar com elas, é claro, de um jeito ou de outro. Qualquer um pode ganhar uma caixa de chocolates, ser convidado a um almoço ou jantar de negócios que não pode declinar, uma comemoração em família que vai estar cheia de gente, de comes e bebes.

Você faz o quê? Se isola?

E andando na rua, na praça de alimentação de qualquer shopping center? Você atravessa a rua, sai de olhos vendados, evita, não vai mais passear no shopping? Deixa de sair de casa pra se proteger e ficar livre das situações "armadilha", mas também, da vida social, de trabalho e lazer normais de qualquer um? Não dá. É uma escolha, é claro, pode até ser feito assim -- eu mesma fiz por muito tempo por motivos e circunstâncias diferentes do meu presente. Mas, independente disso, e DEPOIS? E depois, quando conquistadas as medidas e o peso tão desejado? Sabemos que manter é que "são elas"...

Eu posso dizer, de posição privilegiada, hoje, na minha situação, como é radicalmente diferente fazer uma reeducação alimentar estando em casa o dia inteiro -- ou a maior parte do tempo -- em contraponto à situação oposta, ou seja, estar QUASE NUNCA em casa. Horários, opções de onde, quando e como se alimentar, quando conseguir uma brecha pra fazer qualquer atividade física, nem que seja uma volta ao quarteirão depois do almoço. Tudo isso exige um total replanejamento e nova adaptação.

E aí que reside meu novo desafio.

Não tenho medo de trufas. Nem de um exército de 50 delas. Posso transitar tranquilamente por qualquer praça de alimentação. Posso navegar pela internet e ver mil delícias de pixels. Constantemente, adiciono reviews de coisas gostosas que nunca comi, de lugares que nem sabia que existiam em São Paulo. Penso: "Puxa, que lugar bacana! Que opção diferente! Que delícia deve ser! Um dia, eu vou lá"... E eu nunca ia porque não podia -- the money factor. Tudo bem, a grana continua curta, e eu tenho planos a longo prazo que vou ter que alimentar com investimentos. Mas, mesmo assim, um pouquinho pro lazer vai sobrar. E lazer é prazer. E prazer, é também comer. Dissociar o prazer de comer é um dos piores erros que a gente pode cometer -- assim como associar o ato de comer unicamente ao prazer. Percebe os extremos? Todos, sempre perigosos...

Você tem medo de quê?
As situações "armadilha" existem, de fato, ou somos nós, a nossa percepção, que as qualifica assim?
Não tá na hora de a gente se reprogramar com esse tipo de percepção e encarar esse tipo de situação como normal e simplesmente lidar com elas com aquilo que temos em mente, com o objetivo de emagrecer e ficarmos mais saudáveis e felizes?

Esse conceito de "armadilha" é muito comum -- e lógico -- nos nossos próprios blogs e nas manchetes das revistas. É natural, sabemos que dá leitura na net e vende que é uma loucura nas bancas. E (não nego) eu mesma faria uma matéria assim -- ou um post aqui, se é que já não fiz, fora esse aqui mesmo... Mas, o que vale, é a informação que vai ser consumida, do tipo "faça trocas inteligentes" ou "saiba quantas calorias tem", e a reflexão que vai ser feita dentro da cabeça de cada um.

Mas a gente não pode ter medo das "armadilhas", muito menos pensar que vamos conseguir passar uma vida (a manutenção) fugindo delas.

Eu tive uma adaptação emocional nesses últimos meses. É fato. Isso é um desafio constante pra mim -- sentimentos no prato. Mas temor de guloseimas na minha frente, não. Esse, eu já superei. E espero, sinceramente, que quem acompanha esse blog já tenha superado também.

Podem esperar por novos itens na boîte noire. Porque os sentimentos estão aqui, os desafios profissionais acontecem todo santo dia e eu vou ter que aprender a fazer um prato livre de emoções.

As trufas vão bem, obrigada. ;)
Sim, eu vou parar de falar nelas. rs

E você, como vai? :)

I own 50 chocolate truffles


Sabe todas essas coisas? Preciso retomar o hábito de colocar tudo na minha boîte noire o quanto antes. *sigh*

Onde eu trabalho, tem Starbucks, Burger King, Gelateria Parmalat, pizza... Mas também tem Salad Creations, frozen yogurt, um lance de sucos e frutas bem variado, japas mil (embora não faça bem o meu gênero) e um quilo bem bacana.

É tudo tão caro quanto a Starbucks ou mais. (Como as pessoas sobrevivem com seu salários almoçando todo dia, eu não sei...) É bem absurdo mesmo pra quem está acostumada a comer salmão e salada gastando pouco no Viena. Dá raiva. >_> O fato é que TEM OPÇÕES. Não posso culpar o preço.

Como é aonde vocês trabalham? Tem opções? Almoçar come 10% do seu salário? Eu fiz as contas. >_> Raiva, meu... Simplesmente... Anger!

Agora vem a má notícia. Outra! Mas, essa, deliciosamente má. Eu tenho a posse de 50 trufas. Sim, eu disse 50.

Eu comprei. Mandei fazer. Happy birthday to me. Mas, o-ri-gi-nal-men-te, eu tinha um plano de generosa distribuição dessas trufas. Except that my plan is no more. E agora tudo indica que eu vou ter trufas até o Carnaval de 2012.

Vou sair dando, é o jeito. Vou sair dando por aí. Mas não pode ser assim, de qualquer jeito. Essas trufas não são "uma qualquer", entende? Vai ter que ter o mínimo de critério.


E por que eu não mantive meu plano original de me dar um presentinho caro? Quanto mais caro, menos eu teria comprado e mais teria apreciado! Mas nem me passou pela cabeça... Esqueci completamente!

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Honey bread no more

Aniversário chegando, é mais um ano pessoal que se inicia, então vou voltar mais que rápido pra disciplina alimentar de antes -- e com novidades, finalmente vou poder bancá-las! Mesmo com dinheiro curto, o segredo é priorizar e administrar, exatamente como o tempo.

Mas, voltando ao assunto principal, vai acabar esse negócio de pizza, pão de queijo, pão de mel, chocolate, lanches e afins que invadiram a minha rotina de working woman na correria do dia-a-dia e no stress de lidar com todo aquele tour de force psicológico que é um trabalho novo. Não só isso, mas pra mim foi emprego novo e área nova. Duplo desafio.

Confesso que, nesses últimos dois meses, não foi fácil -- nada fácil --, e eu me deixei desestressar nas guloseimas, sim. Foi algo do tipo "último refúgio da guerreira". (Tsc, tsc, tsc...) E sabe onde foi o refúgio? No saco de pão de mel! rs


Sim, eu me apeguei ao danadinho. Sabe aquele da Pan, clássico da infância, mas que hoje seria facilmente rotulado de fuleirinho em comparação com produtos mais sofisticados? Pois é, mas é desse que eu gosto, do fuleirinho da Pan!


Agora, vou ter que exercitar a arte do desapego e adotar o mantra "honey bread no more" -- só de vez em quando. ;)

O tempo anda tão escasso, que nem sei quanto estou pesando. Mas vou subir na balança rapidinho, também, tão logo passe na farmácia de costume -- talvez no feriado, talvez no fim de semana. Está mais que na hora de fazer aquele acertinho de contas básico comigo mesma.

terça-feira, 4 de outubro de 2011

Over & under


Underpaid. Na loja, achei essa frase na apresentação da camiseta: "In this current economy, you are either one of two things: underpaid or unemployed". So true. Exceto que, pra muitos de nós, brasileiros, isso já é verdade há décadas, enquanto que eles, americanos e europeus, lidam apenas com suas crises sazonais.

Eu cada vez me arrependo mais de ter um trabalho intelectual. Pra ganhar tão pouco, eu preferiria carimbar papel ou algo assim, que só me deixasse entediada, mas não mentalmente cansada e muito menos estressada.

Mas eu vejo pessoas com trabalhos intelectuais que ganham muitíssimo bem. E elas também reclamam. Mas a diferença entre nós é que elas reclamam com contas pagas e sonhos realizados. É uma diferença fundamental.

Overworked
Underpaid
Overstressed
Underestimated
Too much ass kissing
Too little money