segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Sorte e fé -- ou seria aquela tal de resiliência?


Outro dia, pedi uma chinesa -- péssima, por sinal, um chop suey com gosto de sabão da China in Box. Mas o doce da refeição estava guardado dentro de um daqueles biscoitinhos da sorte. Dizia assim, e eu aguardei o papelzinho, está sempre aqui na minha frente:

"Os seus talentos serão reconhecidos e recompensados à altura".

Se ali, dentro do biscoito, estivessem números da sorte, e se esses mesmos números tivessem sido sorteados na loteria do dia seguinte e eu tivesse jogado, eu não teria me sentido tão afortunada. Uma coisa boba e ao final de uma refeição com gosto de sabão, ainda por cima, mas era exatamente o que eu precisava.

"Os seus talentos serão reconhecidos e recompensados à altura".

E, agora, isso virou, pra mim, um tipo de mantra. Mas eu adicionei uma pitada pessoal, um melhoramento que se adapta à vibe mental que eu preciso manter.

E, aí, quando eu penso em desistir -- e eu penso toda semana --, eu me lembro do biscoitinho da sorte e do meu melhoramento pessoal. 

Ele diz assim: "Deus me recompensa por todos os sacrifícios cada vez que eu supero uma das minhas limitações".

É claro que estou falando de trabalho. Mas o papo aqui é muito sério. Por incrível que pareça, e por tudo que eu tenho vivido nos últimos três meses, é muito possível que eu esteja aprendendo só agora, através desse novo trabalho, que eu tanto amo odiar, o que me faltava para eu conseguir concretizar objetivos pessoais. Entre eles, como vocês bem sabem, o de conquistar (e manter) a tão sonhada leveza com saúde.

É o cúmulo da ironia que você acabe aprendendo coisas tão valiosas justamente no lugar onde você menos desejaria estar. 

Da próxima vez em que você estiver em qualquer lugar indesejável e louca de vontade de ir embora sem poder, pense que ali pode estar algo muito precioso, que você busca há muito tempo.

"Deus me recompensa por todos os sacrifícios cada vez que eu supero uma das minhas limitações".

É isso o que eu tenho feito diariamente. Me sinto quase que refém de um desafio diário, de domingo a domingo. Mas o que estou começando a enxergar, depois de três meses, é, de fato, o que não consegui ver em 36 anos: superação dos meus próprios limites.

Suspeito que eu acabei de encontrar o ingrediente secreto que ainda faltava para eu realizar aquilo a que me propus desde o início desse blog -- e muito antes dele, quase desde sempre. O simples fato de saber que eu posso, e ter comprovação diária disso, ainda que por uma via inesperada, muda tudo.